terça-feira, 26 de outubro de 2010



o dia está passando e me encontro aqui
imaginando o que posso fazer amanhã
pensando que no seguinte dia
serei eu uma donzela que poderá mudar
o mundo mudar a vida
e tocar os corações alheios com
um simples olhar de amor
com um simples toque de carinho
e com mudanças drásticas de sistema
poderei mudar assim uma sociedade?
... NÃO!
pois me ponho a pensar que eu mesma
não mudo e que continuo entre números,
estatísticas e probabilidades
de um mundo menos ruim
eu sozinha não posso conter o ódio humano!
peço aqui a ajuda da consciência humana...

(BK)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)

sábado, 26 de junho de 2010

Quando ouvires o pássaro
Cantar em frente do teu quarto,
Naturalmente em vão,
não penses
que sou eu que aí vim tocar,
não.

Quando o vento disser,
ao teu ouvido de mulher
uma palavra
branca e fria como a cerração,
não penses que o vento fui eu,
não.

Quando receberes
uma carta anônima, trazida
por secreta mão
- quem será que assim me acusa? -
eu é que não serei,
não.

Quando ouvires, porém, no escuro,
a goteira caindo
sobre o triste chão, aí, então,
serei eu que estou batendo
na pedra
do teu coração.


(Cassiano Ricardo)

sexta-feira, 25 de junho de 2010




coisas estão presentes na nossa mísera rotina
matéria nos formam
coisas materiais me sufocam e me faltam, coisas absurdas e
supérfluas, coisas vazias!

Cadê o valor de nossas vidas, nossas almas?! cadê o motivo
da existência. será que algum dia eu fui feliz?!
será que algum dia eu tive paz?! será que um dia eu senti o amor?
onde estão os sentimentos nobres?! é tudo tão dificil,
que me desepero, e enxergo tudo como um vazio
e me sinto como um nada.

será pecado estar assim?
sei estou tendo ingratidão ao nosso ser supremo
sei que não estou dando valor a esta grande oportunidade

e penso que sou um desperdício, que é tudo em vão e sem graça.
por fim, tenho que seguir a viver, tenho que descobrir e ser descoberta.
e assim o jeito é levar este corpo, para ser mais um neste mundo...


(BIANKA LEÃO)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Poema.....


Todo o fim de tarde caminho pela cidade
E onde antes havia um terreno cerrado
Hoje virou uma vilazinha de casas tortas
E barracos amontoados

Tudo dividido pela ordem de quem chega primeiro
E de quem teve a idéia

Homens brutalizados pela vida
Exercem as rústicas funções de eletricistas e de mestre de obras
Crianças brincam no jirau que em minutos estará virado em lama

Mulheres buchudas lavam roupas em tanques improvisados
Esticam o varal com o que sobrou dos fios de alta tensão

É ruim não ter onde dormir e passar frio
Até que chega o dia pra mendigar comida de casa em casa
e a escola dos meninos viram semáforos fechados

Onde antes era mato
hoje nasce os barracos
que eles chamam de casa

A luz sugada pelos pais de família
Que não baixam os olhos se acaso for chamado de ladrão
Tem filho pra dar de comer
Cigarro pra comprar
Tem uma mulher buchuda

Dignidade é coisa de doutor

As luzes se multiplicam na pequena vila
E eu sempre volto pra casa depois da caminhada

Pra ver nos jornais que essa gente já virou um transtorno pra cidade
A energia retirada de postes públicos
da pra abastecer uma cidade do tamanho de Ariquemes

Eu já não sei o que me incomoda
Se é essa noticia
Ou o comentário de um tio capitalista?

“essa gente é tudo vagabundo
pagamos a luz e eles ficam usando.”

Ele não sabe o quanto essa afirmação é absurda
Ia se comover se visse as casas os homens as crianças
e as mulheres buchudas.




ELIZEU BRAGA (AUTOR)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


















Poema, um poema que nunca vou esquecer, de um poeta que abriu meus olhos e me ensinou mais sobre a poesia :D

Não é um simples poema (aliás todos os poemas ñ são simples) pra mim esse é especial, ñ querendo ser egôcentrica ou me ostentar, pois esse poema foi pra mim, é pra mim.


Bianka


"Ela é só uma menina

apesar de não parecer

ela é uma menina

incomoda-me saber

que eu não sei saber

o que ela sente

ela ainda brinca de roda gigante

não joga lixo no chão

nunca vou esquecer ela aflita procurando uma lixeira

Bianka é o nome

meus olhos brincam te olhando

vou fazer plantão no teu dentista pra te ver


nem sei porque eu tô nessa

mas ela pediu pra esperar

ser paciente

ela tem um vazio

acabou de dizer que não sente nada

seria uma boa hora pra eu ir embora

mas ainda não passou ninguém na rua

Bianka é engraçada, distraída e calada.

Uma pele que foi roubada de um comercial de Dove


Olhar tramontina

cabelo que me azucrina

me coloca no cão

me fale uma coisa que gosta

que seja de comer

uma fruta, um doce

algodão doce

só pra eu terminar esse poema

'sopa de amendoim'!!

ai meu Deus

você devia comprar um poeta

só pra ti...."


(autor: alguém especial... =) ....)